Receita SMASH American Pale Ale Equinox e Pale Ale

INTRODUÇÃO

Salve, salve, galera!

 Hoje vamos falar sobre uma American Pale Ale, um dos estilos mais difundidos da cerveja artesanal, com alto drinkability e possibilidades de receita. Hoje, a fim de explorar dois ingredientes no que poderiam oferecer de melhor e perceber suas nuances cuidadosamente, abordaremos uma SMASH APA. O que seria uma cerveja SMASH? SMASH é a sigla de Single Malt And Single Hop, o que significa que nossa cerveja será feita com apenas um malte e uma variedade de lúpulo. Sem mais delongas, vamos tratar de nossa cerveja.

RECEITA

OBJETIVOS

 Quando projetei esta receita buscava, como dito e fazer uma SMASH sugere, explorar os ingredientes. Nunca havia usado o lúpulo Equinox (ou Ekuanot). Quando comprei foi por curiosidade, porque nas características mostrava um toque frutado e cítrico, o que destoa um tanto dos lúpulos a serem empregados numa APA tradicionalmente. Também o selecionei por possuir porte para amargor (bom número de alfa-ácidos) e para aroma também. Já o malte, quis conhecer o malte Pale Ale da Agrária, uma novidade no mercado. Já havia utilizado em outras receitas, mas nunca sozinho, então, esta seria a oportunidade.
 Já que destoava do normal e poderia apresentar um aroma proeminente, decidi por não ressaltar o malte, deixando o lúpulo ser a estrela desta cerveja, então já projetei com a mente em um dry-hopping. Odeio o exagero lupulado característico de dry-hopping excessivo, gosto de sentir os demais componentes da cerveja, não somente o lúpulo, afinal, quero uma cerveja, não chá de lúpulo, então, nada exagerado.
 Seria, portanto, uma cerveja com características de fermentação e malte presentes, mas com enfoque no lúpulo, permitindo explorar seu potencial sensorial de modo equilibrado-suave.

CARACTERÍSTICAS

 Tomando como base o guia de estilos BJCP, tem-se as seguintes características da cerveja:
  • OG: 1.051 (1.045 - 1.060);
  • FG: 1.012 (1.010 - 1.015);
  • IBU's: 38.8 (30.0 - 50.0);
  • EBC: 9.7 (9.8 - 19.9);
  • ABV: 5.1% (4.50 - 6.20%);
  • BU/GU: 0.767 (0.500 - 0.833);
  • Carbontação: 2.5 vols CO2 (2.30 - 3.00 volumes);

PERFIL DA ÁGUA

  • Perfil base: água de Curitiba, fornecimento Sanepar - ETA Iguaçu;
  • pH mostura: 5.2;
  • pH lavagem: 6.0;
  • Ca: 83.8 ppm;
  • Mg: < 5 ppm (não ajustado);
  • Na: 32.9 ppm;
  • SO4: 138.8 ppm;
  • Cl: 36.8 ppm;
  • HCO3: 48.8 ppm;

INGREDIENTES

 Não irei colocar quantidades, apenas porcentagens, assim você pode adaptar a receita para seu equipamento. Caso não tenha software para cálculos, recomendo o uso do site Brewer's Friend, onde pode planejar sua receita rápida e intuitivamente. Para acessar, clique aqui.

GRÃOS
  • 100% - malte Pale Ale;
LÚPULOS
  • 25% - lúpulo Equinox [14.70%] - first wort - (60');
  • 25% - lúpulo Equinox [14.70%] - fervura - (10');
  • 50% - lúpulo Equinox [14.70%] - dry-hopping (3d);
LEVEDURA
  • LevTeck #Teckbrew 10 - American Ale (200bi de células/sachê);
ADJUNTOS
  • 1/8 de pastilha - Whirfloc-T - (15');

PRODUÇÃO

MOSTURAÇÃO
  • 67°C - 90' (ou até conversão total) - sacarificação;
  • 76°C - 10' - mash-out;
  • 75°C - lavagem dos grãos - até atingir a OG pré-fervura;
FERVURA
60' de fervura intensa;
  • X' - adição da primeira carga de lúpulo em first wort;
  • 15' - adição da pastilha Whirfloc;
  • 10' - adição da segunda carga de lúpulo
FERMENTAÇÃO
  • 20°C - 10d - até a atenuação completa;
  • 22°C - 2d - para auxiliar no consumo de subprodutos (aqui se inicia a maturação);
MATURAÇÃO
  • 22°C - 2d - para auxiliar o consumo de subprodutos;
  • 15°C - 5d - arredondar a cerveja, refinando aromas e sabores;
  • 18°C - 3d - adição de lúpulo em dry-hopping;
  • 01°C - 7d - para decantar sólidos;
CARBONATAÇÃO/MATURAÇÃO SECUNDÁRIA NA GARRAFA
  • 20°C - 10d - permite carbonatação completa e geração de mais aromas e seu arredondamento;

FOTOS




RESULTADOS



 Após exatos 37 dias de produção, foi degustada. A cerveja ficou muito refrescante e saciante. A coloração ficou muito linda, puxando um tom alaranjado chamativo, e a espuma cremosa, abundante e duradoura. Os aromas do lúpulo afloram assim que se abre a garrafa e serve, permanecendo do início ao fim. Lembram-me pitanga com um toque cítrico. Também possui um toque de especiarias. A levedura deixa sua marca na cerveja, como as da LevTeck costumam fazer, o que me agrada muito. O malte é discreto e precisa-se estar com paladar muito limpo para sentir sua presença.
 A cerveja ficou com um corpo médio, dando ótima sensação de boca e equilibrando o amargor do lúpulo com eficácia, não tornando-a nem amarga demais, nem doce demais, o que se permite beber sem enjoar.
 Obtive os resultados esperados e quero muito repetir esta receita para o verão que está chegando. Espero que tenham gostado! Caso reproduzam a receita, contem aqui como ficou e o que acharam.

Abraço a todos! Boas brejas e boas brassagens!

Cordialmente, Eric Carbobiach

5 COMENTÁRIOS